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Cannabis e saúde

O primeiro registro da utilização da cannabis de forma medicinal aconteceu por volta de 2.700 a.c., no livro considerado a primeira farmacopéia da história, do chinês Pen Tsao, que a indicava para tratamento de gota, malária e dores articulares.

 

A partir disso a planta foi citada em uma série de registros históricos de forma medicinal, até ser proibida no Brasil por volta dos anos 1.900 ao ser associada à marginalização e à degeneração moral. Sua proibição também ocorreu em diversos outros países, por motivos semelhantes. 

 

Mas em 1963 e 64 o químico búlgaro-israelense Raphael Mechoulam isolou pela primeira vez os dois principais princípios ativos da cannabis, canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), descobrindo que o CBD não possuía efeitos recreativos. Essa descoberta permitiu a classificação dos canabinóides e também que os cientistas estudassem o sistema endocanabinóide do nosso organismo. 

 

A nova onda do interesse mundial pela maconha medicinal ocorreu recentemente, em 2013, com o lançamento do documentário do médico americano Sanjay Gupta, apresentando a utilidade da cannabis no tratamento de doenças como a epilepsia. Já com o conhecimento do CBD, o uso terapêutico da planta tornou-se mais aceito na sociedade. 

 

Hoje temos, em todo o mundo, seis países que legalizaram o uso medicinal e recreativo da maconha (Canadá, África do Sul, Uruguai, México, Malta e Georgia), além de alguns estados dos Estados Unidos, como a Califórnia, por exemplo. Além disso, outros 38 países, incluindo o Brasil, regulamentaram de alguma forma o uso medicinal da cannabis. 

 

A comunidade científica está empenhada nas descobertas relacionadas à planta, com uma série de novos estudos publicados, avaliando as terapias médicas e embasando prescrições.  

 

Em nosso país temos pelo menos 71.380 pacientes autorizados a importar substâncias derivadas da cannabis pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nos 26 estados e no Distrito Federal, segundo dados divulgados pela própria instituição. A primeira autorização da Anvisa aconteceu em 2014. 

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DADOS DO PARANÁ - Apenas no Paraná são 3.600 pacientes. De acordo com dados divulgados pela Secretaria da Saúde, o estado fornece produtos à base de cannabis para 204 pacientes, por determinação judicial, de acordo com as dosagens prescritas pelos médicos responsáveis. Nos casos em que a justiça determinou o fornecimento de medicamentos importados, o paciente recebe o recurso financeiro para aquisição, porém a Sesa não tem o número exato de pessoas que recebem este benefício (2023). 

 

PRINCÍPIOS ATIVOS DA CANNABIS 

Apesar de o canabidiol (CBD) ser a substância terapêutica mais conhecida, a maconha tem mais de 500 princípios ativos com interesse medicinal, segundo informações divulgadas pela Agência Fiocruz. Entre os canabinóides mais conhecidos, além do CBD, estão o tetrahidrocanabinol (THC), canabinol (CBN) e o cannabigerol (CBG). Também existem os terpenos, com propriedades terapêuticas específicas. 

 

Eles interagem com o nosso organismo através do sistema endocanabinoide, que funciona como um regulador do nosso corpo, capaz de intervir em uma série de funções como o sono, alimentação, humor, memória, sensação de dor e reprodução, entre outras. Quando fora de equilíbrio, pode resultar em doenças e baixa qualidade de vida. 

 

O uso de substâncias à base de cannabis podem regular esse sistema e consequentemente tratar doenças e/ou alterações que acometem o nosso corpo. A prescrição de qual substância é indicada para cada paciente deve ser feita por um especialista. 

 

COMO É FEITO O TRATAMENTO COM CANNABIS 

 

O primeiro passo é realizar uma consulta médica para saber se as substâncias são indicadas para o seu caso.

 

Após isso, o uso da cannabis  pode ser feito através do óleo (mais comum), vaporizado, em balas de goma ou cápsulas, de acordo com a necessidade individual do paciente. O médico pode recomendá-lo como medicamento principal ou de forma complementar aos demais fármacos utilizados.

 

Como em todo tratamento médico é necessário manter o acompanhamento para avaliação da melhora e possíveis ajustes de dose. 

 

PRINCIPAIS INDICAÇÕES 

 

O sistema endocanabinóide está espalhado em todo o nosso corpo, em membranas do cérebro, órgãos, tecido conjuntivo, nervoso e sistema imunológico - o que permite a atuação das substâncias derivadas da cannabis em diferentes situações médicas. 

 

Entre as indicações mais comuns estão quadros de epilepsia, parkinson, alzheimer, depressão, ansiedade, dor crônica, autismo, esclerose múltipla, fibromialgia, transtorno de desenvolvimento e paralisia cerebral, além de ser indicada para aliviar os efeitos colaterais de tratamentos contra o câncer. 

 

Se você acredita que o uso do medicamento pode ser útil no seu tratamento, entre em contato com a nossa equipe para agendar a sua consulta. 

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